sábado, 18 de fevereiro de 2012

SAINDO DO PILOTO AUTOMATICO - MUDANDO A ROTA






Muitas pessoas que estão em um estado mental
extremamente confuso
começam a ajudar outras e começam a propor soluções. Estas pessoas têm
criado mais problemas do que os tem resolvido. Elas ainda não
resolveram sua própria consciência interna e se acham prontas para se
deparar com todo mundo e para resolver os problemas das outras
pessoas. Na verdade, desta maneira estão evitando a sua própria
realidade; não querem enfrentá-la. Querem permanecer engajadas em
algum outro lugar, com outras pessoas – isto lhes proporciona
uma boa ocupação, uma boa distração.
Sim, há problemas, eu concordo. Há grandes problemas. O mundo é um
inferno. Na vida encontramos a infelicidade, a pobreza, a violência,
todos os tipos de loucuras – isso éverdade –, mas, ainda assim,
eu insisto que o problema está na alma do indivíduo. O problema existe
porque os indivíduos estão vivendo um caos internamente. O caos total
não é nada além de um fenômeno combinado: todos nós derramamos o nosso
caos nele.
O mundo não é nada além de um relacionamento; estamos conectados um
com o outro. Se eu sou um neurótico e você é um neurótico, então o
relacionamento será ainda mais neurótico – a neurose será
multiplicada, não apenas duplicada. E todo mundo é neurótico; por isso
o mundo é neurótico. Adolf Hitler não surgiu de repente – nós o
criamos. O Vietnã não surgiu de repente – nós o criamos. É o nosso pus
que supura; é o nosso caos que custa caro. O início tem de estar com
você: você é o “problema do mundo”. Portanto, não evite a realidade do
seu mundo interior – essa é a primeira coisa.
Você é o problema, e a menos que você seja resolvido, qualquer coisa
que faça irá tornar as coisas mais complicadas. Primeiro coloque sua
casa em ordem – crie um cosmos lá.
Como você está, quando está interessado nos problemas da humanidade,
está interessado nos sintomas. Você pode não concordar, porque não
consegue enxergar a raiz, você só enxerga o sintoma. Um Buda está
interessado –, mas ele sabe onde está à raiz, e se esforça muito para
mudar essa raiz.
A pobreza não é a raiz, a raiz é a ambição. A pobreza é o
resultado. Você continua lutando contra a pobreza e nada vai
acontecer. A raiz é a ambição; a ambição tem de ser extirpada.
A guerra não é o problema; o problema é a agressividade
individual – a guerra é apenas a
acumulação da agressividade
individual. Você continua participando de passeatas de protesto, e a
guerra não vai ser detida. Isso não faz nenhuma diferença – suas
passeatas de protesto, tudo isso.
O problema não é a guerra. O problema é a agressão que está
dentro dos indivíduos. As pessoas não estão em paz consigo mesmas, por
isso a guerra tem de existir. Do contrário, essas pessoas vão
enlouquecer.
A cada década uma grande guerra é necessária para descarregar
a humanidade de suas neuroses.
O problema não é a guerra; o problema é a neurose individual.
Aqueles que se tornaram iluminados buscam as causas profundas das
coisas. Buda, Cristo, Khrisna, eles examinaram as raízes e tentaram
lhe dizer: Mude a raiz – é necessária uma transformação radical; as
reformas comuns não vão funcionar. Mas você pode não entender. Como eu
estou aqui, continuo falando sobre meditação, mas você não pode não
ver a relação, não perceber como a meditação está relacionada com a
guerra.
O meu entendimento é o seguinte: se pelo menos um por cento da
humanidade se tornar meditativo, as guerras vão desaparecer. E não há
outra maneira de pôr fim às guerras. Esse tanto de energia meditativa
tem de ser liberado. Se um por cento da humanidade – isso significa
uma entre cem pessoas – se tornar
meditativa, as coisas terão de ser
totalmente diferentes. A ambição será menor e, naturalmente, a pobreza
será menor. A pobreza não está aí porque as coisas são escassas; a
pobreza está aí porque as pessoas estão acumulando, porque as pessoas
são ambiciosas.
Viver o momento, viver no presente, viver amorosamente, viver em
amizade, cuidar... E o mundo será totalmente diferente. O indivíduo
tem de mudar, porque o mundo não é nada além de um fenômeno projetado
da alma individual. ( Osho, o guru contemporâneo,sanyassins seus primogênitos
)